16 de agosto de 2012

Mães querem velar restos mortais de filhos queimados vivos na Bolívia

Rafael era padrasto de Jefferson e foram queimados vivos em San Mathias.
Eles eram suspeitos de matar três bolivianos, segundo a Polícia Federal.

As mães dos brasileiros que morreram queimados por populares em San Mathias, na Bolívia, cobram o traslado dos corpos dos filhos para Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá, onde as famílias moram. Ainda assustadas com o ocorrido, elas aguardam a liberação dos restos mortais dos filhos para velar e sepultar os jovens que foram queimados por cerca de 300 manifestantes que invadiram a delegacia onde eles estavam detidos por suspeita de matar três bolivianos no início da semana.
"Gostaria que eles mandassem o corpo dele para que a gente possa vê-lo pela última vez", disse Marilei Marques da Silva, mãe de Rafael Marques de Moraes, de 27 anos. Rafael era padrasto de Jefferson de Lima, de 22, que também morreu queimado. Segundo a família, quando saíram de casa os dois disseram que iriam trabalhar em uma fazenda na Bolívia. "Me disseram que tinha acontecido algo ruim e achei que ele tivesse sido preso, mas era algo pior", lamentou a mãe  de Rafael.
As famílias dizem não achar justo o que aconteceu em San Mathías e cobram providências das autoridades. "Tem que ter uma investigação para saber o que aconteceu realmente porque até agora só sabemos pela televisão", frisou a mãe de Jefferson de Lima, Maria Raimunda Coelho.
Na segunda-feira (13), conforme a Polícia Federal, os brasileiros venderam uma motocicleta para os bolivianos e houve um desentendimento na hora do pagamento. Por isso, supostamente decidiram matar os três. Eles fugiram, mas foram detidos após serem perseguidos pela polícia boliviana. Os moradores, porém, ficaram revoltados com os assassinatos e cercaram a delegacia. Um grupo invadiu o prédio, retirou os dois brasileiros, jogaram álcool e, em seguida, atearam fogo nos suspeitos ainda vivos.
O governo de Mato Grosso disse ter assumido o compromisso de fazer o traslado dos corpos dos brasileiros. Para isso, a Secretaria de Segurança Pública do Estado (Sesp) enviou um oficial do Comando Regional de Cáceres, a 220 quilômetros de Cuiabá e que faz divisa com a Bolívia, para acompanhar a liberação dos corpos junto ao consulado brasileiro.
Conforme a assessoria de imprensa da Casa Militar, os representantes mato-grossenses estão negociando a liberação dos corpos com as autoridades bolivianas, que ainda não definiram uma data para que os restos mortais sejam enviados para o Brasil.fonte g1

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